quinta-feira, 17 de maio de 2012

lendas de orixás- Ajé Saluga

Ajẹ́ Ṣaluga

Ajẹ́ Ṣaluga

Ajẹ́ Ṣaluga, o fi ẹni iwaju silẹ ṣe ẹni ẹ̀hin ni pẹlẹ, orí kí ọ̀ran ki ọ tan
Ajẹ́ muitas vezes passa pela primeira caravana, como se fosse ao mercado, e carrega a última com bênçãos
Ajẹ́ Ṣaluga é a irmã mais nova de Yèmọnja. Ambas são as filhas prediletas de Olóòkun. Quando a imensidão das águas foi criada, Olóòkun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou numa diferente região do oceano. Aje ṣaluga ganhou o poder sobre as marés. Eram nove as filhas de Olóòkun e por isso se diz que são nove as Yèmọnjas. Dizem que IYèmọnja é a mais velha Olóòkun e que Ajê Salugá é a Olóòkun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olóòkun deu às suas filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas conhece os segredos todos, que são os segredos de Olóòkun. Ajê Salugá era, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os mares. Quando Olóòkun saía para o mundo, Ajê Salugá fazia subir a maré e ia atrás cavalgando sobre as ondas. Ia disfarçada sobre as ondas, na forma de espuma borbulhante. Tão intenso e atrativo era tal brilho que às vezes cegava as pessoas que olhavam. Um dia Olóòkun disse à sua filha caçula: O que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos outros como te mostrares. Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer segredo é sempre perigoso. Na próxima vez que Ajê Salugá saiu nas ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olóòkun, seu brilho era ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo. Muitos homens e mulheres olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar e cada um com o brilho ficou cego. Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres. Mas quando Ajê Salugá também perdeu a visão, ela entendeu o sentido do segredo. IYèmọnja está sempre com ela, Quando sai para passear nas ondas. Ela é a irmã mais nova de Yèmọnja.
Este itan descreve a lenda do surgimento do Orixá Aje ṣaluga. Quando se encontrava no céu perto de Mawu, o caramujo Aje se chamava Aina e era do sexo feminino. Naquela época, Fa Ayedogun passava por sérias dificuldades financeiras e, por ser muito pobre, não era convidado a participar de qualquer festa ou reunião social. Aina, recém nascida, era muito feia. Sua aparência terrível fazia com que todos evitassem sua companhia e ninguém aceitava tê-la em casa. Depois de ser rejeitada em todas as casas, Aina bateu na porta de Fa Ayidogun, que apesar do estado de miséria em que se encontrava, acolheu a menina. Uma bela noite, Aina acordou Fa, anunciando que estava prestes a vomitar. O hospedeiro apresentou-lhe uma tigela para que vomitasse, mas ela recusou-se. Uma cabaça foi trazida e também recusada e depois, uma jarra foi objeto de nova recusa. Fá perguntou então, o que poderia fazer para ajudá-la e Aina disse: "Lá no lugar de onde venho, costuma-se vomitar todos os dias, no quarto. Conduzida ao quarto, Aina começou a vomitar todos os tipos de pedras preciosas, brancas, azuis, vermelhas, verdes, etc. Naquele momento, um marabu que passava, penetrou na casa de Fá e perguntou por Aina. "Ela está no quarto, acometida por uma crise de vômitos." Respondeu Fá. O estrangeiro foi ver o que se passava e ao deparar com Aina vomitando pedras preciosas, exclamou: "Ha! Nós não conhecíamos os poderes de Aina, hoje revelados!" Disposto a serví-la, colocou-lhe o nome de Anabi ou Ainayi, que em Yoruba quer dizer: Aina vomita, Aina deu toda riqueza a Fá Ayidogun. Os muçulmanos, depois disto, fizeram de Aina uma divindade, conhecida entre eles, como Anabi
Folhas

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